quinta-feira, 17 de maio de 2012

QUARTO 112

Se eu nao tivesse duas filhas pra criar e a casa pra dar conta sozinha, eu sentiria vergonha de nao haver escrito minhas mil e uma histórias. Confesso que estou perdidinha ainda, uma verdadeira loucura.

Vamos ao que interessa...

Eu estava feliz, queria que os dias passassem voando, nao via a hora de ir pra casa. Queria  minha filha, tinha uma saudade imensa do meu terremotinho e sei que ela também sentia minha falta.

Passada 2 horas de parto, me levaram para o quarto e no caminho a enfermeira me informa que o quarto era o 112. Nao podia esquecer, foi o mesmo quarto que fiquei quando nasceu a Laura.

Os quartos aqui sao duplos, com alojamento conjunto e um banheiro sem chuveiro, cada mae tem seu armário individual, uma cadeira para acompanhante e uma cortina separando as duas camas (para dar um pouco de privacidade). Confesso que é incômodo do mesmo jeito, mas infelizmente nao tinha escolha, é o único hospital de referência com uma excelente Uti neonatal. Assim, que seja rico ou pobre, a maioria das crianças nascem no Hospital Central de Astúrias.

Outra coisa que me incomodava era o fato de nao ter chuveiro no banheiro, principalmente porque meu quarto ficava no final do corredor e para tomar banho era necessário cruzar ele inteiro. E apesar de nao ter feito episiotomia, eu me sentia fraca para caminhar.

Cada dia era uma eternidade, enquanto nao tinha alta, ficava imaginando o encontro da Laura com a irmanzinha. Aqui eles liberam criança, mas nao por muito tempo. Na verdade eu nao precisava de muito tempo, se me dessem 5 minutos com ela, seriam os minutos mais bem aproveitados. Só queria poder abraçar minha filhinha outra vez...

E o dia chegou e foi lindo!
Eu me emocionei de vê-la entrando no quarto e chamando mamae. E com lágrimas nos olhos, corri e dei aquele abraço. Ela estava eufórica, queria me contar tudo que fez durante os dias que estava e senti um orgulho enorme. Foi quando me dei conta que já nao era o mesmo bebê que deixei em casa, estava enorme, parecia gigante.

... hora de mostrar a bebê, todos estavam atentos para reaçao, parecia de copa do mundo, ninguém piscava (rs). Quando olha pra Clarinha, solta um grito "bebeeeeeeee", tentou alcançar a maozinha pra fazer um carinho e logo tive que socorrer a mais nova integrante, pois Laura já estava puxando a irma pelos colarinhos. Socorro!!! O que me esperava em casa (rs).

Infelizmente nao fui de alta neste dia, era necessário esperar completar 48h de vida para realizar o teste do pezinho. Foi triste despedir da Laurinha, senti ciúmes dos meus sogros, que coisa né? acho que os hormônios já começavam a colocar suas maozinhas de fora.

Enfim, depois de uma longa espera aguardando alta médica, fui liberada. Chegou o momento mais esperado, dizer adeus ao quarto 112 e colocar em prática o maior dom que Deus podia me dar o de ser mae!

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